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Era uma vez, na cidade de Salvador, um casal chamado Adão e Eva. Eles haviam tido uma filha juntos há pouco tempo, Maria. E, por contentes que estavam, resolveram dar uma festa para toda família e amigos. Todavia, a vizinha do 71, que secretamente era uma bruxa, não fora convidada, e isto lhe deixou muito enfurecida. Por isso, como vingança, ela apareceu de surpresa na festa e lançou uma maldição sobre Maria, de que quando esta completasse 15 anos, se feriria com um amor não correspondido, e isso lhe faria viver como quem dorme.

Os anos se passaram, e essa família levava uma vida bastante comum. Então, finalmente havia chegado o aniversário de 15 anos de Maria. Foi um tempo de alegria para todos, e seus pais já haviam se esquecido da maldição. Porém, necessitou pouco tempo mais para que se lembrassem: Maria conheceu um menino muito lindo em sua Escola, três anos mais velho do que ela, e se apaixonou por ele. Ela começou a namorar escondida de seus pais, e tudo ía bem por uns quatro meses.

Todavia, depois desse tempo, eles começaram a discutir muito. Um dia, quando Maria estava fazendo compras no shopping, ela avistou seu namorado beijando outra menina. Pobre Maria! Ela foi até ele, e lhe encheu de desaforos, e acabou por terminar com ele ali mesmo. Voltando para casa, seus pais perceberam que algo estava muito errado com ela, e foi quando descobriram todo o ocorrido. Nesta hora, recordaram-se de todas as palavras proferidas pela bruxa.

Por sua vez, Maria passou a viver só se importando com sua dor. Não queria saber de mais nada, nem de estudar, nem de sair com seus amigos. A maior parte do tempo ficava em seu quarto, acamada e chorando. Seu coração estava partido. E ela vivia como quem dormia, pois não sorria mais, não comia direito, não conseguia ver que estava viva e que podia ter um propósito para viver.

Foram tempos difíceis para Maria e seus pais. Eles tentaram levá-la a vários psicólogos, mas nenhum conseguiu ajudá-la. Foi quando uma colega de classe de Maria, Júlia, que gostava muito dela, resolveu visitá-la e compartilhar sua razão de viver: Jesus. Adentrando seu quarto, viu Maria muito chorosa em sua cama. Ela sentou-se perto de sua amiga, segurou sua mão entre as delas, e lhe disse:

— Maria! Maria! Desperta! Sua vida não chegou ao fim! Você é jovem! Tem toda uma vida para viver!

— Ó, Julinha, não, não quero viver mais, quero dormir para sempre!

— Não, não faça isso! Sei o que te falta, uma razão para viver.

— Sim, com certeza, meu namorado era a minha razão de viver, e agora não a tenho mais…

— Não creio nisso! Esta é uma razão muito errada para se viver… Não pode pensar assim de seu ex-namorado, porque ele é um menino cheio de erros e não é perfeito, por isso te decepcionou, como qualquer outra pessoa pode fazer…

— Ó! Então, por quem vou viver? Ninguém!

— Não é verdade, amiga minha. Há um homem perfeito que te ama muitíssimo!

— Há? Quem é? Nunca o vi, nunca se declarou para mim…

— Está enganada, Mariazinha. Ele já se declarou para você, só não percebeu ainda.

— Diga-me, diga-me! Quem é?

— Jesus.

— Quem?!

— Jesus Cristo.

— Não o conheço…

— Pois posso apresentá-lo a você. Quer que eu te fale sobre ele?

— Sim! Como não?! Você disse que ele me amava, quero saber como pode ser isso!

— Ótimo! Bem, como posso começar… Ah, sim! Jesus estava com Deus desde o princípio da criação de tudo que há. Ele sempre existiu com Deus, e era Deus! Tudo foi criado por seu intermédio e nada foi criado sem Ele. E esse Jesus tornou-se homem! Imagine! O Criador assumiu a forma de uma de suas criaturas! E foi servo até o fim, sofrendo toda sorte de humilhações… Mas Deus era com ele, ele era o Ungido de Deus, com Espírito Santo e poder, e foi por toda sua terra fazendo o bem, amando, curando, libertando os cativos, dando vista aos cegos… Foi uma obra tremenda!

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— Nossa, Júlia! Que vida de herói esse Jesus viveu! Tem mais?

— Sim, você ainda não ouviu nada, o maior ato de heroísmo ainda estar por vir! Jesus viveu uma vida perfeita, irrepreensível! Ninguém podia culpá-lo de coisa alguma: ele nunca mentiu, nunca brigou na rua, nunca xingou, nunca desobedeceu seus pais, apesar de ter saído da vista deles uma vez quando menino! Hahaha! Que susto ele deu em seus pais!

— Hahaha, imagino!

— Mas, sim, voltando, o momento mais triste de Jesus foi quando estava indo morrer na cruz…  Ele passou a Páscoa com seus amigos mais próximos, e mesmo assim, naquela mesma noite um deles o traiu… Por essa traição ele acabou sendo preso, açoitado e esbofeteado e, mesmo sem acharem falta nele de que o acusarem, foi condenado à morte de cruz.

— Que triste,  Júlia! Como isso pode terminar bem?!

— Ouça! Jesus foi crucificado e, lá em cima na cruz, rendeu seu Espírito a Deus. Mas essa foi sua maior vitória!

— Vitória? Como assim? Isso soa como derrota para mim! Que tragédia!

— Não, não, deixe-me explicar. Jesus era um homem perfeito, certo? Ele não podia ter sido morto! “O salário do pecado é a morte…”. Só quem é pecador merece morrer. Nós merecíamos, mas Jesus, jamais!

— E como, então ele morreu, se ele não podia?! Que coisa,  não consigo pensar que alguém podia ser mesmo imortal…!

— Ele era. Mas morreu, porque levou sobre si o meu, o seu, o pecado do mundo inteiro! Ele pagou pelos nossos pecados, sabe? O justo pagamento de quem peca é a morte, e ele sofreu a morte por nós.

— Poxa, agora percebo o que você quis dizer com ele ter se declarado a mim… Se eu sou pecadora – e como não seria? Sei dos meus erros, que são tantos! – esse é o ato de amor mais lindo que pode existir: morrer por alguém…

— Só que veja, Maria, sua morte significou vitória! Pois Jesus não podia continuar morto, era injusto, e assim, Satanás, o governador malvado deste mundo e inimigo de Deus, permitiu uma morte que não devia acontecer! Por isso, foi destituído de sua autoridade sobre vivos e mortos, e hoje, quem tem as chaves da morte e do Inferno, o reino de Satanás, é Jesus. Sim, Jesus! E Deus o ressuscitou, devolveu-lhe a vida eterna que sempre mereceu! E como ele já morreu por nossos pecados, uma vez que nos arrependemos da vida de pecado que levamos, e aceitamos este grande sacrifício de Jesus por nós, não precisamos morrer mais! Podemos ter a vida eterna de Jesus!

— Ué? Mas quer dizer que vamos ser imortais neste mundo para sempre? Como é que nunca soube de ninguém com mais de 120 anos?!

— Hahaha, Maria! Eu quero dizer morte espiritual. Não morreremos mais espiritualmente. Mas um dia ressuscitaremos em carne e osso para reinar com Cristo nesta terra, sim!

— Uau! Que demais! Estou encantada! Pensei que morríamos e já era! Mas ouvir de Jesus me traz esperança!

— Sim! E qualquer um que se permita dar ouvidos a Jesus pode ter o mesmo perdão, a mesma esperança de vida eterna!

— Júlia, eu quero mais! Quero saber os detalhes dessa maravilhosa história de Jesus. Como faço?!

— Ó, bem, que tal vir comigo ao encontro da igreja? Lá, te digo que, em verdade, será achada por Ele.

— Tudo bem!

Assim, foram as duas amigas até o encontro que Júlia frequentava, que era um pouco diferente, pois era uma reunião de cristãos jovens que acontecia em um apartamento. Ali, as pessoas a cumprimentavam com muito amor e carinho e ela se sentiu muito contente. No meio do encontro, todos começaram a orar da forma que queriam, sem regras, e Maria começou a sentir-se leve… Então, em um momento, Maria ouviu uma doce voz, que parecia vir de dentro de si:

— Maria, deixa torná-la minha filha, te amo, e quero muito seu bem.

Naquela hora, Maria sentiu-se muito amada por alguém que ela não conseguia ver. Era Jesus. E seu coração foi completamente remendado.

Logo em seguida, prontamente um irmão compartilhou um texto da Bíblia: “Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.” (Ef.5:14). Maria compreendeu perfeitamente que aquele texto era para ela. Por isso, despertou-se, e nunca mais quis dormir novamente. Maria continuou indo aos encontros e, um dia, decidiu batizar-se. No momento de seu batismo, a maldição foi quebrada uma vez por todas. E ela passou a viver muito feliz, até os nossos dias!

 

Daniela A., discípula em Salvador.
Fotos Tulipas Escocesas by SAvillez

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Pela Manhã

Faze-me ouvir, pela manhã, da tua graça, pois em ti confio; mostra-me o caminho por onde devo andar, porque a ti elevo a minha alma. Salmos 143.8