Compartilhando

Queridos familiares, amigos e irmãos,

Gostaria de compartilhar com vocês a nossa experiência pessoal e decisão sobre a saída de Barbra do trabalho fora de casa.

Antes de tudo dou graças a Deus, que a tudo supre e tudo faz formoso em seu devido tempo!

Considero importante dividir essa nossa experiência pessoal, que pode ser útil e proveitosa para alguns. Sabemos, também, que existem diferentes realidades em cada família, graça e direção que Deus pode trazer a cada uma também. Há muitas mães que têm necessidade de se ausentar de casa para trabalhar e ajudar ou prover o sustento familiar ou mesmo manter determinado padrão escolhido pra se viver etc. Não queremos trazer peso sobre ninguém, nem mesmo gerar partidarismos, apenas compartilhar nossa experiência.

Um breve histórico

Quando estávamos noivos (eu morando em Brasília e ela em Salvador), Barbra já trabalhava no TRT-Ba, servidora concursada, pedimos Licença para Acompanhar Cônjuge, para ela trabalhar aqui em Brasília no TRT-DF ou TST. Era a única hipótese administrativa cabível na época, pois com 02 anos de serviço ela ainda estava em estágio probatório,  não podia ser cedida, nem havia meios de remoção. A decisão TRT-Ba foi de negar o pedido, então só nos restaram as opções de exoneração, recorrer judicialmente, adiamento do casamento, ou mesmo casar e ficar aguardando uma “possibilidade” futura, quando ela completasse o estágio probatório.

Confiando em Deus, cercando-nos de orações e conselhos, decidimos manter o nosso casamento. Viajamos de “Lua-de-Mel” com o Pedido de Exoneração assinado e que seria entregue no retorno da viagem. Ao chegar foi nos aberta uma porta pelo Senhor. O Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT estava reduzindo o Estágio Probatório de 03 para 02 anos, permitindo a Barbra ser requisitada para o TST, e o TRT-Ba concedeu a Cessão.

Pouco depois foi uniformizado que o Estágio Probatório em todo Judiciário seria de 03 anos, desfazendo a decisão do CSJT, mas não os efeitos para a cessão de Barbra. Ainda, foi efetivada a remoção dela, sem necessidade de renovação anual, como seria na Cessão. Deus abriu a porta pra ela passar e depois fechou! Aleluia!

Nossas Experiências de Rotina

Gratos a Deus! A jornada de trabalho de Barbra em Brasília, no TST sempre foi adequada ao nosso casamento, meio período e trabalhando com “quotas processuais” que lhe permitiam um rotina flexível em horário e frequência no TST.

Em 2008 nasceu nosso primeiro filho, João Vinícius. De início, nosso pensamento e inclinação, a partir daí, foi de Barbra se afastar do trabalho para cuidar em tempo integral do nosso pequenino. Começamos a orar, rever os princípios, ensinos, conselhos e cuidados de Deus para nós.

Cercados de paz, decidimos fazer experiência de Barbra diminuir sua quota de trabalho e com a possibilidade fazê-los em casa, reduzindo a ausência no lar a dois ou três turnos durante a semana.

Nessa época, eu trabalhava em período integral, contratamos uma preciosa irmã em Cristo, para ajudar Barbra nos cuidados com João, especialmente na ausência dela nos dias que tivesse que ir ao TST.

Quando Barbra retornou da licença maternidade e férias, em junho de 2009, ficou grávida de nosso segundo filho, Samuel Carlos! Começamos a orar e ampliar os nossos critérios de avaliação da experiência que estávamos fazendo. Mas uma vez dispostos a abrir mão do trabalho e salário recebidos por Barbra, para atender à família nas necessidades de cuidado com os meninos.

Após o nascimento de Samuel, em março de 2010, continuamos avaliando que passos tomaríamos. Uma palavra ressoava em meu coração: Não trocar meus filhos, nossos “primogênitos”, por um prato de lentilha! Uma palavra específica de Deus pra mim, de que nossos filhos valiam mais do que a folga orçamentária que tínhamos, Gênesis 29:34. Palavra que foi me acompanhando em todo o processo e decisão que tomamos.

Agora, eu também já estava com uma jornada de trabalho reduzida,  fazendo 7horas corridas e podendo estar em casa mais tempo. Demos passos para uma nova experiência de continuidade do trabalho fora pra Barbra nas seguintes condições:

  • Decidimos que os meninos, na sua rotina diária (que não se confunde com as situações esporádicas e/ou temporais) teriam sempre presente, pelo menos um de nós dois. Assim, seriam cuidados em tempo integral por nós mesmos, os pais, sem “babás”, e dispensamos então os serviços daquela preciosa irmã. Cremos que é responsabilidade nossa, tarefa atribuída por Deus e que não deveríamos delegar a outras pessoas, pois os pais, enquanto pais, não podem ser substituídos. (Ressalto, mais uma vez, que é o nosso testemunho pessoal, cientes das exceções, das necessidades pessoais de muitas famílias.)
  • E nos mudamos para perto dos nossos trabalhos, ajustamos nossos horários e passamos a nos revezar durante o dia. Quando um estivesse trabalhando o outro estaria com os meninos. Uma rotina que os atenderia sempre com nossa presença.
Nossas Constatações

Com poucos meses, fomos percebendo algumas limitações e dificuldades dessa nova rotina. Estávamos atendendo à necessidade de presença com os os filhos, e na tentativa de conciliar as atividades profissionais de Barbra, nos dividíamos nas tarefas “como num reversamento de 4×100”, entretanto, apenas dois correndo.

Resultado: cansaços (naturais de uma família com filhos pequenos, aumentados pelas contingências de cada um; desgastes emocionais, de saúde,  de relacionamento com outras pessoas; desempenho limitado e medíocre nas atividades profissionais e, principalmente, perdas em nossa comunhão com Deus e no cumprimento de seu propósito eterno, começando em nosso próprio lar.

Iniciei 2011 com a nececessidade de ouvir a Deus! Com passar da caminhada, não pdemos nos esquecer de que as coisas que já sabemos e cremos devem ser guardadas sempre ao aroma das coisas novas que há no bom depósito. E esse novo não são as nossas idéias e invenções, mas  aquilo que vem do Verbo de Deus, mesmo que seja igual ao que já tenhamos “ouvido” anteriormente, pois a Sua Palavra permance para sempre! (Is.40:08), e Deus me lembrou de não trocar os filhos por um prato de lentilha.

Percebemos, na nossa experiência,  que o desempenho rotineiro de atividades fora de casa, para uma mulher que entende e crê na sua prioridade e realização como esposa e mãe, deixa ela dividida nas suas atenções e dedicação pois sabe que também precisa honrar seus outros compromissos.

Observamos que os filhos, principalmente os pequenos, têm a necessidade de presença integral da mãe!  A ausência, mínima que seja, mesmo que tenha o pai realizando atividades e cuidados que lhe também são cabíveis como passear, brincar, dar banho, alimentar, colocar pra durmir etc., é percebida e sentida pelos filhos. Mesmo sendo um ótimo emprego e conciliável como era, ele furtava a minha esposa de uma dedicação inteira à sua função principal (Tito 2:3-5).

Nossa Decisão

Decidimos então que Barbra deveria se afastar do trabalho fora de casa, “mínimo e viável” como vinha sendo, para se dedicar integralmente à riqueza e beleza de valor eterno que são os cuidados de esposa e mãe em nosso lar! Convictos, em paz e gratos a Deus, por essa direção e possibilidade!

Sobre as preocupações e ansiedades presentes e futuras, Jesus nos falou “Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mateus 6.26). Que que para sermos guiados por Ele precisamos ser leves (João 3:08), renunciando tudo e sempre que Ele requisitasse isso de nós (Lucas 14:33).

Essa decisão reduz as nossas receitas em 40% do que ganhamos juntos mensalmente, mas que, como um prato de lentilha, não se comparam ao valor eterno que contemplamos e desejamos alcançar à frente confiando na graça e sustento de nosso amado Jesus!

Outra coisa que Deus nos falou, confirmando a decisão, foi que:

“Melhor é a mão cheia com descanso do que ambas as mãos cheias com trabalho, e aflição de espírito” (Eclesiastes 4:6).

Apresentamos o pedido de “licença sem vencimentos”, que foi negado, e mesmo com um pedido de reconsideração, continuaram a negar. Diante disso e convictos da direção de Deus para nossa família a esse respeito, pedimos a Exoneração, a saída definitiva de Barbra do trabalho fora de casa! A Exoneração foi publicada no último dia 30 de agosto! Graças a Deus!

Cremos na direção do Espirito Santo de Deus sobre nossa família, até aqui tem sido conosco o Senhor! Muitas outras pessoas têm vivido esses princípios e cuidado de Deus com a família em diferentes lugares e momentos, de forma imediata e zelosa, mais do que nós fizemos e temos feito até agora.

Há uns três meses atrás, Barbra escreveu um texto sobre sua saída do trabalho, do qual eu transcrevo o seguinte:

Prefiro a paz de Cristo no futuro, fruto da renúncia no presente,
do que a carnalidade que atrapalha os planos de Deus pra mim.

Prefiro olhar pra trás e ver que o sacrifício foi maior do que era necessário,

do que provar o choro do que não tem volta e pensar que era preciso ter feito mais.

Quero correr atrás do que se projeta no Eterno.

Quero dedicar minha vida ao Interesse Daquele que me comprou.

Eu preciso me lembrar que não me pertenço mais.

Que se cumpra a vontade do SENHOR em tudo em mim.

Em todo o tempo eu O louvarei, sempre estará nos meus lábios o Seu louvor.

Não sei explicar, sei que não colocarei meus filhos no Céu, é entrada personalíssima, mas posso ajudá-los ou atrapalhá-los a entrar lá.

 Sei também que é possível ser ausente na presença; estar em casa não significa: “tudo está resolvido”. Há muito trabalho pela frente mas conto com a graça de Cristo para cumprir essa missão de Mãe.

Eu louvo ao Senhor pela maravilhosa esposa que Ele me concedeu, por sua inteira disposição em fazer sempre a vontade de Deus, dedicada que é em tudo que faz, trazendo o bem ao nosso lar, todos os dias! Nossos filhos crescerão e se levantarão para declararem como é bem aventurada, como é ditosa! Glórias a Deus!!

Sim, somente a Deus a glória!!!

Brasília, 06 de setembro de 2011

Carlos Vinícius B. Reis

Via Vini & Ba

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Pela Manhã

Faze-me ouvir, pela manhã, da tua graça, pois em ti confio; mostra-me o caminho por onde devo andar, porque a ti elevo a minha alma. Salmos 143.8