As árvores me dizem isso, em seu ciclo de vida, em sua beleza, grandiosidade, força e utilidade. Elas não podem se mover, ficam sempre paradas aonde estão e desta maneira elas servem tanto ao Deus Altíssimo!
É parada que a árvore serve de fundamento e abrigo seguro para as aves e outros animais edificarem seus lares. Se ela caminhasse por ai, com certeza não serviria a este propósito.
É parada que ela finca raizes profundas, fortalecendo aquele terreno impossibilitando deslizamentos de terra e a erosão demasiada do solo que muitas vezes termina por sujar rios e lagos a ponto de torná-los inabitáveis à vida aquática e, ainda por consequência, afetando os homens e outros animais que dependem daquelas águas e da vida que há nelas para sobreviverem.
É parada que a árvore se torna ponto de referência para encontros em família, para piqueniques inesquecíveis, para o descanso dos viajantes, para as brincadeiras de crianças, sempre ofertando a força de seus galhos e a sombra de sua copa.
É ainda parada que a árvore se torna fonte de alimento para quem precisar, tanto homens quanto animais. É por ela estar parada que sabemos aonde ir quando temos fome.
É parada que ela enfrenta o dia e a noite, o calor e o frio, as tempestades que surgem com seus ventos fortes e chuvas torrenciais, enfrenta o calor escaldante do sol de verão, o renovo das suas folhas que no outono caem ao chão, enfrentam bravamente o frio rigoroso de alguns invernos tempestuosos para exibir na primavera uma roupagem nova e elegante colorida com a beleza das flores.
E o que dizer da sua contribuição à vida de todo planeta purificando o ar através da fotossíntese? É parada que ela faz isso.
É parada que ela permite que eu a contemple, em todos os seus detalhes, e encontre o Deus criador, amoroso, forte, sábio, belo, criativo, perfeito, supridor,…
É parada que ela louva a Deus com a ajuda do vento que balança suas folhagens e galhos mais finos produzindo um doce som tão agradável aos ouvidos dos homens… Quanto mais aos ouvidos de Deus! Neste mesmo balanço ela se aproveita para dançar e inclinar o quanto pode em reverência àquele que a supre de todas as formas enquanto ela está parada.
Ó Senhor das árvores!
Quanto mistério há em tudo o que fazes!
Como é bom descobri-los!
Como me satisfazem!
Ensina-me o quanto queres que eu seja árvore.
Daniela Motta,
Salvador, 12 de Novembro de 2018